quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Artesanato Como Fator Gerador de Renda-Ponto Máximo


Dentro da programação da Feira Internacional de Artesanato vai acontecer nesta quarta e quinta o VI Seminário do Artesanato Potiguar com o tema: "O Artesanato Como Fator Gerador de Renda". O evento vai ser no Centro de Convenções com abertura oficial a partir das 9h30, com os participantes sabendo das propostas do Governo do Estado para o Artesanato e, em seguida, palestras sobre o Programa do Artesanato Brasileiro,  uma apresentação do SICONV- Portal de Convênios do Governo Federal e, concluindo a programação do primeiro dia, uma explanação sobre o projeto de Lei 136 e a Previdência Social.

FLOR – DE – SEDA PODE SER TÓXICA DIZ PESQUISA DA UFERSA


Trabalho publicado no último mês de janeiro por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido mostra que a flor-de-seda, planta muito utilizada na alimentação de ruminantes no semi- árido brasileiro, pode intoxicar os animais. A intoxicação ocorre quando os animais são alimentados com concentrações elevadas da planta. Os pesquisadores concluíram que a ingestão em excesso da flor-de-seda pelos animais provoca distúrbios no funcionamento do coração, sintoma similar aos encontrados na intoxicação pela espirradeira e pela viuvinha ou unha-do-diabo. O trabalho foi publicado na Revista Toxicon, publicação internacional especializada em substâncias tóxicas naturais. A equipe de pesquisadores da UFERSA é composta pelos professores Jael Soares Batista e Benito Soto-Blanco, e pelos estudantes Joseney Maia de Lima, Francisco Joelson Correia de Freitas e Raimundo Neilson Lima Amorim. O servidor médico veterinário Antônio Carlos Lopes Câmara também integra a equipe. “Este trabalho é fruto de uma consolidada linha de pesquisa estabelecida na UFERSA”, comemora o professor Benito Soto-Blanco. Diversas outras espécies de plantas tóxicas já foram anteriormente descritas pela primeira vez em trabalhos coordenados pelo prof. Benito Soto-Blanco.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ministério incentiva plantio direto na palha-Blog NOTICIAS RURAIS - Sueni Medeiros


A técnica de plantio direto na palha empregada no bioma Cerrado é uma das principais responsáveis pelo aumento da produção de grãos em diversos estados brasileiros. De acordo com o diretor honorário da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), Manoel Henrique Pereira, o período de estiagem deixa o solo pobre, mas o sistema permite a produção o ano inteiro e de forma sustentável, mesmo sob condições de seca.

O plantio direto melhora a produtividade das culturas porque tem como base a incorporação de matéria orgânica ao solo, que retira gás carbônico da atmosfera para nutrir as plantas e preserva a umidade. “No Cerrado, é quase inviável manter a lavoura sem esse sistema quando não chove”, explica Manoel Pereira.


Além disso, a semeadura é feita na palha da cultura anterior, sem a necessidade de queima da área e de revolvimento do solo, reduzindo a liberação do dióxido de carbono (CO2) e as erosões. O plantio direto também é uma prática conservacionista, preservando a qualidade dos recursos naturais como a água. A técnica recebe o incentivo do Ministério da Agricultura por meio do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado na safra 2010/2011 para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.


De acordo com o chefe da Divisão de Agricultura Conservacionista do ministério, Maurício Carvalho, o governo federal está estabelecendo instrumentos para a adoção de sistemas sustentáveis de agricultura, como o plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária e a rotação de culturas. “Temos uma proposta clara colocada para a sociedade e que agora precisa de divulgação e de capacitação de técnicos, o que vai melhorar a produtividade e a sustentabilidade do sistema agrícola como um todo”, destaca.



A estimativa é de que, em dez anos, a área atual com uso da técnica de plantio direto seja ampliada em oito milhões de hectares, passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo vai permitir a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. O programa ABC destina R$ 2 bilhões para as práticas agronômicas que permitem compatibilizar aumento da produção e proteção ao meio ambiente.
Fonte: Mapa

Informações Técnicas sobre o Plantio Direto

Plantio Direto
Caminho para a Agricultura Sustentável

Sistema Plantio Direto
O Sistema Plantio Direto (SPD) é um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo.
O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não existe preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio.
Considera-se que para o sucesso do sistema são fundamentais a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras.

Amendoim no sistema plantio direto sobre pastagem
Reduzir a erosão, melhorar as condições físicas e de fertilidade do solo, aumentar o teor de matéria orgânica, nutrientes e água armazenada no solo e diminuir o consumo de combustíveis com a manutenção da produtividade das culturas indicam o SPD como o sistema para alcançar a sustentabilidade da agricultura, com redução dos impactos ambientais.
Desde 2001, o SPD brasileiro é indicado pela FAO (Fundo das Nações Unidas para a Agricultura) como modelo de agricultura.
Vantagens Agronômicas
- Controle da erosão.
- Aumento da água armazenada no solo.
- Redução da oscilação térmica.
- Aumento da atividade biológica.
- Aumento dos teores da matéria orgânica.
- Melhoria da estrutura do solo.

Controle da erosão
O SPD é um sistema de manejo muito eficiente no controle da erosão. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, reduzindo a desagregação e o selamento da superfície, garantindo maior infiltração de água e menor arraste de terra. As perdas de nutrientes, proporcionais às perdas de terra e água, são também menores no SPD. Considerando a área ocupada por culturas anuais no Estado de São Paulo, cerca de 2.800.000 ha, calcula-se que, sob sistemas convencionais de cultivo, seriam perdidas, anualmente, 33 milhões de toneladas de terra e 4 3 bilhões de m de água na forma de enxurrada. Em SPD essas perdas anuais seriam reduzidas significativamente.
Sistema Convencional com processo de erosão
O SPD reduz até em 90% as perdas de terra e até em 70% a enxurrada.
Temperatura e umidade do solo
O SPD se beneficia com a cobertura do solo pela palha e com a pouca mobilização da superfície. Com o aumento da cobertura de 30% para 80%, a temperatura da superfície é reduzida até em 4 ºC e a oscilação da temperatura do solo durante o dia também diminui, com benefícios para o desenvolvimento das plantas. Com uma cobertura morta de cerca de 70%, a evaporação do solo reduz-se para cerca de 1/4. Assim, a retenção de água é maior, podendo representar uma economia até de 30% de água em algumas áreas de produção irrigada ou a manutenção da produtividade em áreas de sequeiro quando ocorrem veranicos.
Manutenção da fertilidade
No SPD há aumento dos teores da matéria orgânica no solo.
Esse aumento resulta em melhoria de estrutura, aumento da atividade biológica e da disponibilidade de nutrientes, como fósforo e cálcio.
Todos esses fatores contribuem para o aumento no rendimento das culturas e possibilitam a redução da aplicação de fertilizantes, especialmente os fosfatados.
Vantagens econômicas e operacionais
- Economia de combustível.
- Aumento da vida útil das máquinas.
- Necessidade de menor volume de chuvas para o trabalho da terra.
- Maior controle sobre a época de semeadura.
- Possibilidade de economia de fertilizantes.
O custo de produção no SPD é cerca de 6% a 14% mais baixo que nos sistemas convencionais. A economia de combustível é um dos fatores que mais contribuem para a redução dos custos, pois o consumo de diesel chega a ser 70% menor.
Sem aração e gradagens, a potência requerida para tratores é 30 % a 60 % menor, com aumento da vida útil de máquinas e implementos.
Com o SPD o planejamento das épocas de plantio pode ser executado com maior precisão atendendo às necessidades das culturas da safra e safrinha
Vantagens ambientais
- Diminuição no consumo de petróleo (combustíveis fósseis).
- Seqüestro de carbono pelo aumento do estoque de carbono no solo e da matéria orgânica em decomposição na superfície.
- Redução das perda de solo por erosão, do assoreamento e da poluição difusa que atinge reservatórios e cursos de água.
O que é preciso para entrar no sistema plantio direto
- Qualificação e treinamento.
- Correção inicial da área.
- Equipamentos adequados.
- Manejo correto de infestantes.
- Definição de culturas adequadas para rotação e cobertura do solo.
A adoção do SPD possibilita uma agricultura mais sustentável, com menor impacto sobre o ambiente e altos rendimentos de produção.

Dezoito culturas da agricultura familiar têm bônus do PGF em janeiro-NOTICIAS RURAIS - Sueni Medeiros





Agricultores familiares que cultivam açaí, arroz longo fino em casca, babaçu, borracha (extrativista) – bioma amazônia, borracha natural (heveicultura), café arábica, café conillon, cana-de-açúcar, cebola, feijão, leite, mamona, pequi (fruto), piaçava (fibra), sisal, sorgo, trigo e triticale, contam em janeiro com o bônus do Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) para os financiamentos dessas 18 culturas.

Os preços de mercado e o bônus de desconto referem-se ao mês de dezembro de 2010 e têm validade para o período de 10 de janeiro a 9 de fevereiro de 2011.

O produto com o maior bônus este mês é a borracha (extrativista) – bioma amazônia (65,71%), no estado do Maranhão. Alguns produtos da sociobiodiversidade também contam com bônus, em janeiro de 2011, como o açaí (13,04% em Rondônia), o babaçu (40,41% no Maranhão), o pequi (28,57% em Minas Gerais) e a piaçava (33,53% na Bahia).

O PGPAF possibilita que o agricultor familiar pague os financiamentos de custeio e investimento com um bônus (desconto), que corresponde à diferença entre os preços garantidores e o preço de mercado, nos casos em que o valor do produto financiado esteja abaixo do preço de garantia.

Comer cenouras pode tornar as pessoas mais atraentes-BLOG Noticias Rurais - SUENI MEDEIROS


Pesquisadores do Reino Unido que estudam a ligação entre a cor da pele e a atratividade descobriram que o consumo de cenouras pode aumentar o poder de atração de uma pessoa.

Observando a relação entre a tonalidade da pele e a atração, estudiosos das universidades de St. Andrew e de Bristol descobriram que pessoas de tom de pele alaranjado são julgadas mais saudáveis e atraentes. O pigmento amarelo conhecido como carotenóide, encontrado em algumas frutas e vegetais como a cenoura, é responsável por produzir a cor “bronzeada” da pele.

Os cientistas esperam que a descoberta possa ser usada, estrategicamente, na batalha para convencer os jovens a comerem mais frutas e verduras. De acordo com os pesquisadores, o grupo está mais propenso a ser influenciado por um benefício estético do que por uma dieta pobre, que possa prejudicar sua saúde.

Vou comer mais cenoura e você?? Rs

Fonte: Revista Globo Rural

Pesquisadores querem criar melancia mais resistente a doenças e pragas-BLOG NOTICIAS RURAL-Sueni Medeiros


Os produtores de melancia costumam enfrentar problemas no campo, em especial os fitossanitários, pois a produção exige aplicações de agroquímicos para controle de pragas e doenças, e aumenta os custos de produção de uma importante cultura para a agricultura familiar.

Na tentativa de diminuir as dificuldades do agricultor, pesquisadores da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com universidades federais e estaduais e bolsistas de graduação e pós-graduação da FACEPE, CNPq e CAPES, constituíram uma rede de pesquisa para buscar nas variedades genéticas do fruto, soluções que não recorram a insumos químicos.

Os especialistas estão realizando trabalhos de
melhoramento vegetal como os que resultaram na geração da cultivar BRS Opara, a única no Brasil que apresenta resistência à doença fúngica conhecida com oídio.
 Negócio
A estratégia dos pesquisadores é suprir o mercado com variedades e híbridos de melancia adaptadas às diferentes condições ambientais do país, e com características que atendam às variadas demandas dos consumidores, no país e no exterior. Segundo informações da Embrapa, agricultores e consumidores têm exigido cultivares com elevado rendimento e resistência às doenças e pragas (oídio, viroses, cancro das hastes, alternaria), com peso médio de frutos que atendam aos mercados interno (8,0 kg a 10,0 kg) e externo (entre 2,0 kg e 4,0 kg).

De acordo com a engenheira agrônoma, Rita de Cássia Souza Dias, da Embrapa Semiárido, a
Rede de Pesquisa em Melhoramento de Melancia tem em vista identificar plantas que apresentam resistência aos organismos que causam as principais pragas e doenças que afetam a cultura. “Isso vai contribuir para viabilizar sistemas agrícolas sustentáveis, com tecnologias de baixo impacto ambiental e econômico, e vai abrir novos mercados. Atualmente, o fruto movimenta em torno de R$ 380 milhões/ano no país.

Ao todo, são 900 exemplares de sementes de melancias coletadas em várias partes do Brasil e algumas que foram introduzidas de outros países. Há, ainda, aproximadamente 2 mil linhas resultantes de cruzamentos entre plantas produzidas a partir dessas sementes.
Fonte: Globo Rural

Biodiesel com óleo de mamona já é realidade-BLOG NOTICIAS RURAL-Sueni Medeiros




A Petrobras Biocombustível já possui o domínio completo do processo tecnológico de produção de biodiesel a partir da mamona. O combustível foi obtido com uma mistura de 30% de óleo de mamona e 70% de óleo de girassol, ambos produzidos pela agricultura familiar nos programas de suprimento de oleaginosas da empresa.
O trabalho foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) na Usina de Guamaré, no Rio Grande do Norte, em regime de operação contínua, e está dentro das especificações técnicas da ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
A utilização da mamona como matéria-prima para a produção de biodiesel também já é uma realidade na usina de Candeias, na Bahia. No dia 30 de novembro, a unidade fez a primeira entrega de biodiesel com óleo de mamona em sua composição. O carregamento faz parte de um lote de 925 toneladas que estão sendo entregues às distribuidoras.

Além da expectativa

As plantas comerciais da Petrobras Biocombustível tiveram a capacidade de produção anual aumentada em 90%. As unidades passaram dos atuais 57 milhões para 108 milhões de litros. Com este acréscimo, a capacidade instalada da empresa atinge 324 milhões de litros de biodiesel por ano.
A Petrobras Biocombustível também adquiriu 50% da BSBIOS Marialva com investimento de R$ 55 milhões. Localizada em Marialva, no Paraná, a usina terá capacidade para produzir 120 milhões de litros de biodiesel por ano e entrou em operação no segundo trimestre de 2010.

Incentivo à Agricultura Familiar

As três unidades industriais possuem o “Selo Combustível Social”, um amplo programa de suprimento agrícola no semiárido brasileiro. Isto significa que 30% do suprimento de oleaginosas são oriundos da agricultura familiar, seguindo as diretrizes do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, do Governo Federal, para as regiões onde estão localizadas.
Entre as condições impostas para a obtenção e manutenção do selo está não somente a aquisição de grãos de pequenos agricultores, mas também a prestação de assistência técnica agrícola. A empresa tem hoje entre seus fornecedores mais de 55 mil agricultores familiares, no Nordeste e em Minas Gerais. A meta é atingir 80 mil contratos.
Petrobras Biocombustível em números
Investimentos no negócio de biocombustíveis:US$ 2,8 bilhões de 2009 a 2013.
Produção de biodiesel e etanol:US$ 2,4 bilhões.
Infraestrutura:US$ 400 milhões.
Metas de crescimento:Chegar a 2013 com produção equivalente a 25% do biodiesel e 10% do etanol consumidos no Brasil.
Pesquisas em biocombustíveis:US$ 530 milhões nos próximos cinco anos.

No municipio de Cerro Corá/RN, iniciou-se a fase de cadastramento e recadastramento dos agricultores familiares que desejarem plantar a mamona para a safra 2010/2011 em parceria de diversas instituições que são elas: Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Petrobrás Biocombustíveis, Secretaria de Agricultura, EMATER, COOPAGRO, Conselho Municipal do FUMAC.  O agricultor (a) que formalizar contrato com a Petrobrás Biocombustivel gozará dos seguintes beneficios:
  • Corte de Terra em até 2 há;
  • Recebimento de sementes para plantio;
  • Assistencia Técnica e capacitação enquanto durar o contrato;
  • Preço minimo assegurado;
  • fornecimento de sacarias; e
  • Estruturação agrícola da propriedade.
  • Além de poder ser consorciado o plantio a outras culturas como é o caso do feijão, cajueiro.
Para se Cadastrar o agricultor (a) deve portar sua                 Declaração de Aptidão ao PRONAF - DAP e documentos         pessoas (RG e CPF) do beneficiário e conjugue. No municipio acima citado poderão procurar a técnica em Agropecuária,   Sueni Medeiros,  para recadastramento e novos cadastros     para obter credenciamento junto ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodisel, como também poderão procurar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, EMATER, para             obtenção de maiores esclarecimentos.                                  

Pesquisadores desenvolvem açúcar tóxico para combater mosquito da malária-BLOG NOTICIAS RURAIS-Sueni Medeiros


Pesquisadores israelenses desenvolveram um açúcar tóxico para eliminar o mosquito transmissor da malária. O método é barato, tecnologicamente simples, ecologicamente correto e já está sendo utilizado no Mali, na África Ocidental. O método foi desenvolvido pelo Centro de Estudos de Doenças Tropicais e Infecciosas da Universidade Hebraica de Jerusalém, com ajuda da Fundação Bill e Melinda Gates. Segundo o professor Yosef Schlein, o cheiro doce do néctar é irresistível para insetos sugadores de sangue. A partir dessa constatação, os pesquisadores desenvolveram uma isca tóxica, a ATSB, feita à base de um suco de frutas levemente fermentado misturado com açúcar mascavo e toxinas.

Código Florestal, da aberração à inovação-BLOG NOTICIAS RURAIS-Sueni Medeiros


Todo mundo reconhece que o Brasil tem as melhores credenciais do planeta para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento da agropecuária. Basta dizer que nas duas últimas décadas nossas áreas protegidas mais do que duplicaram, chegando hoje a 175 milhões de hectares. Nesse mesmo período, a produtividade total na agricultura brasileira cresceu 5% ao ano, ante menos de 2% ao ano na maioria dos grandes produtores agrícolas, incluindo os EUA.
Só que, infelizmente, em vez de buscar a plena conciliação entre o desenvolvimento agrícola e a proteção ambiental, estamos contrapondo esses dois gigantes de forma absurda. O maior exemplo é a interpretação que vem sendo dada ao Código Florestal Brasileiro, fruto de dezenas de alterações desde a publicação da lei em 1965, até por medida provisória que foi reeditada nada menos que 67 vezes! Essa interpretação vem gerando inacreditável insegurança no campo sem conseguir induzir a preservação ambiental.
Exemplos dos problemas que se somam neste momento são:
1) Risco de perda de enormes áreas de terras férteis, com grande aptidão agrícola, cultivadas há mais de um século nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o que pode levar ao aumento dos custos de produção e dos preços da terra;
2) impedimentos ao licenciamento e à regularização ambiental e limitação ao acesso a linhas de crédito com bancos;
3) gigantesco passivo judicial e a criminalização em massa de produtores rurais;
4) imensa confusão jurídica, falta de clareza nas regras de aplicação e cumprimento do código e continuidade do desmatamento descontrolado.
Desde 2005 diversas tentativas para solucionar as imperfeições mais nefastas do Código Florestal foram conduzidas por ministros da Agricultura e do Meio Ambiente, parlamentares e representantes da sociedade civil.
Por inúmeras vezes quase se chegou a um acordo mínimo aceitável, fracassado pela falta de coordenação das partes envolvidas e pelo foguetório de factoides midiáticos que apenas causaram mais fumaça, radicalizando o debate.
Olhando para o que está sobre a mesa e para o conceito de sustentabilidade no século 21 - traduzido na difícil combinação entre eficiência econômica, responsabilidade ambiental e equidade social -, um Código Florestal moderno para o Brasil seria aquele que incorporasse as seguintes premissas:
Compensação das reservas legais no bioma - Reservas florestais legais referem-se à obrigação de recompor a vegetação nativa em 20% da área de cada propriedade agrícola na maioria do território nacional, 35% nos cerrados da Amazônia Legal e 80% na floresta amazônica, uma exigência que não encontra paralelo em nenhum país.
Sem entrar nesse mérito, que torna o Brasil a nação mais preservacionista do planeta, a questão que se coloca é se não faz mais sentido formar grandes aglomerações florestais no bioma, em vez de se buscar a tarefa irracional de recompor "ilhotas desconectadas" de vegetação em cada propriedade. Essa alternativa criaria incentivos econômicos que trariam ganhos efetivos ao meio ambiente, gerando renda para a floresta "em pé", desenvolvendo um mercado eficiente de compensações ambientais e reduzindo o custo para os produtores rurais. É o caso da Cota de Reserva Ambiental e dos mecanismos de servidão florestal, ambos negociáveis no mercado, que poderiam gerar uma verdadeira revolução ambiental no País, especialmente após a indicação das áreas prioritárias de conservação pelo poder público.
Restauração das áreas de preservação permanente (APPs) nas propriedades - Trata-se do princípio da restauração plena das matas ciliares e outras APPs, definidas pela geografia de cada propriedade (nascentes, cursos d"água, áreas com alto declive, etc.). Essa restauração seria incentivada pela possibilidade do cômputo das APPs na área da reserva legal e pela remuneração dos serviços ambientais, desde que elas fossem devidamente recuperadas e que isso não permitisse novos desmatamentos. Claro que essa solução também deveria respeitar casos clássicos de ocupação sustentável, como o café e a maçã no topo e encostas de morros, o arroz irrigado de várzea, o boi pantaneiro e outros.
Respeito à lei vigente no tempo - Parece desnecessário, mas sempre é preciso reafirmar o princípio constitucional de que a lei não pode retroagir no tempo, ou seja, não se pode obrigar alguém a recuperar algo que foi removido quando era permitido ou mesmo estimulado pela lei. Essa interpretação do Código Florestal pode ser comparada a uma norma absurda que obrigasse todos os prédios urbanos já construídos na cidade de São Paulo a terem, no máximo, cinco andares, cabendo unicamente aos proprietários atingidos adequar-se à lei, sem nenhuma indenização.
Essas premissas foram incorporadas pelo relatório do deputado Aldo Rebelo, que deveria estar sendo analisado pelo Congresso neste momento. Entendo que a existência de pontos polêmicos no relatório não desmerece o trabalho realizado e não justifica a recusa de uma negociação no curso de sua votação, momento legítimo para a participação dos representantes eleitos pela sociedade. O fato é que soluções simples podem ser encontradas para melhorar o Código Florestal, desde que as pessoas efetivamente leiam os documentos em pauta despidas de preconceitos e posições apriorísticas, buscando soluções concretas e adotando a racionalidade e o bom senso como norte.
Deixar de votar o relatório este ano significa um novo retorno à estaca zero com a nova legislatura, agravando a confusão e os conflitos no campo e nas florestas brasileiras em 2011, com insegurança jurídica, disputas judiciais e desmatamento descontrolado.
Poderíamos já ter entrado no século 21 nessa matéria e estar neste momento efetivamente concentrados em produção e exportação agrícola combinadas com conservação e restauração de florestas, seguindo a vocação óbvia ululante do Brasil.
*Marcos Jank é Presidente da União da Indústria da Cana de Açúcar - UNICA: http://www.unica.com.br/
Fonte: O Estado de S. Paulo de 01/12/2010

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ministério incentiva plantio direto na palha-BLOG SUENI MEDEIROS




A técnica de plantio direto na palha empregada no bioma Cerrado é uma das principais responsáveis pelo aumento da produção de grãos em diversos estados brasileiros. De acordo com o diretor honorário da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), Manoel Henrique Pereira, o período de estiagem deixa o solo pobre, mas o sistema permite a produção o ano inteiro e de forma sustentável, mesmo sob condições de seca.

O plantio direto melhora a produtividade das culturas porque tem como base a incorporação de matéria orgânica ao solo, que retira gás carbônico da atmosfera para nutrir as plantas e preserva a umidade. “No Cerrado, é quase inviável manter a lavoura sem esse sistema quando não chove”, explica Manoel Pereira.


Além disso, a semeadura é feita na palha da cultura anterior, sem a necessidade de queima da área e de revolvimento do solo, reduzindo a liberação do dióxido de carbono (CO2) e as erosões. O plantio direto também é uma prática conservacionista, preservando a qualidade dos recursos naturais como a água. A técnica recebe o incentivo do Ministério da Agricultura por meio do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado na safra 2010/2011 para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.


De acordo com o chefe da Divisão de Agricultura Conservacionista do ministério, Maurício Carvalho, o governo federal está estabelecendo instrumentos para a adoção de sistemas sustentáveis de agricultura, como o plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária e a rotação de culturas. “Temos uma proposta clara colocada para a sociedade e que agora precisa de divulgação e de capacitação de técnicos, o que vai melhorar a produtividade e a sustentabilidade do sistema agrícola como um todo”, destaca.



A estimativa é de que, em dez anos, a área atual com uso da técnica de plantio direto seja ampliada em oito milhões de hectares, passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo vai permitir a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. O programa ABC destina R$ 2 bilhões para as práticas agronômicas que permitem compatibilizar aumento da produção e proteção ao meio ambiente.
Fonte: Mapa

Informações Técnicas sobre o Plantio Direto

Plantio Direto
Caminho para a Agricultura Sustentável

Sistema Plantio Direto
O Sistema Plantio Direto (SPD) é um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo.
O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não existe preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio.
Considera-se que para o sucesso do sistema são fundamentais a rotação de culturas e o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras.

Amendoim no sistema plantio direto sobre pastagem
Reduzir a erosão, melhorar as condições físicas e de fertilidade do solo, aumentar o teor de matéria orgânica, nutrientes e água armazenada no solo e diminuir o consumo de combustíveis com a manutenção da produtividade das culturas indicam o SPD como o sistema para alcançar a sustentabilidade da agricultura, com redução dos impactos ambientais.
Desde 2001, o SPD brasileiro é indicado pela FAO (Fundo das Nações Unidas para a Agricultura) como modelo de agricultura.
Vantagens Agronômicas
- Controle da erosão.
- Aumento da água armazenada no solo.
- Redução da oscilação térmica.
- Aumento da atividade biológica.
- Aumento dos teores da matéria orgânica.
- Melhoria da estrutura do solo.

Controle da erosão

O SPD é um sistema de manejo muito eficiente no controle da erosão. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, reduzindo a desagregação e o selamento da superfície, garantindo maior infiltração de água e menor arraste de terra. As perdas de nutrientes, proporcionais às perdas de terra e água, são também menores no SPD. Considerando a área ocupada por culturas anuais no Estado de São Paulo, cerca de 2.800.000 ha, calcula-se que, sob sistemas convencionais de cultivo, seriam perdidas, anualmente, 33 milhões de toneladas de terra e 4 3 bilhões de m de água na forma de enxurrada. Em SPD essas perdas anuais seriam reduzidas significativamente.
Sistema Convencional com processo de erosão
O SPD reduz até em 90% as perdas de terra e até em 70% a enxurrada.
Temperatura e umidade do solo
O SPD se beneficia com a cobertura do solo pela palha e com a pouca mobilização da superfície. Com o aumento da cobertura de 30% para 80%, a temperatura da superfície é reduzida até em 4 ºC e a oscilação da temperatura do solo durante o dia também diminui, com benefícios para o desenvolvimento das plantas. Com uma cobertura morta de cerca de 70%, a evaporação do solo reduz-se para cerca de 1/4. Assim, a retenção de água é maior, podendo representar uma economia até de 30% de água em algumas áreas de produção irrigada ou a manutenção da produtividade em áreas de sequeiro quando ocorrem veranicos.
Manutenção da fertilidade
No SPD há aumento dos teores da matéria orgânica no solo.

Esse aumento resulta em melhoria de estrutura, aumento da atividade biológica e da disponibilidade de nutrientes, como fósforo e cálcio.
Todos esses fatores contribuem para o aumento no rendimento das culturas e possibilitam a redução da aplicação de fertilizantes, especialmente os fosfatados.
Vantagens econômicas e operacionais
- Economia de combustível.
- Aumento da vida útil das máquinas.
- Necessidade de menor volume de chuvas para o trabalho da terra.
- Maior controle sobre a época de semeadura.
- Possibilidade de economia de fertilizantes.

O custo de produção no SPD é cerca de 6% a 14% mais baixo que nos sistemas convencionais. A economia de combustível é um dos fatores que mais contribuem para a redução dos custos, pois o consumo de diesel chega a ser 70% menor.
Sem aração e gradagens, a potência requerida para tratores é 30 % a 60 % menor, com aumento da vida útil de máquinas e implementos.
Com o SPD o planejamento das épocas de plantio pode ser executado com maior precisão atendendo às necessidades das culturas da safra e safrinha
Vantagens ambientais
- Diminuição no consumo de petróleo (combustíveis fósseis).
- Seqüestro de carbono pelo aumento do estoque de carbono no solo e da matéria orgânica em decomposição na superfície.
- Redução das perda de solo por erosão, do assoreamento e da poluição difusa que atinge reservatórios e cursos de água.
O que é preciso para entrar no sistema plantio direto
- Qualificação e treinamento.
- Correção inicial da área.
- Equipamentos adequados.
- Manejo correto de infestantes.
- Definição de culturas adequadas para rotação e cobertura do solo.

A adoção do SPD possibilita uma agricultura mais sustentável, com menor impacto sobre o ambiente e altos rendimentos de produção.