domingo, 1 de novembro de 2009

GIR


O gado Gir, na Índia, tem a sua área geográfica ao sul da península de Catiavar, enquanto o Guzerá fica ao norte; porém também é criado no interior do continente.

No Brasil, a raça Gir ocupa o primeiro lugar quanto ao número de animais registrados. No passado, muitos criadores deram importância exclusiva a caracteres raciais, de menor importância econômica; depois, evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens dotados de maior capacidade produtiva, tanto para carne como para leite.

Descrição

Peso de 500 Kg na vaca e 700 a 800 no touro.

Estatura de 120 a 128 cm na vaca e 125 a 133 no touro.

Pelagem chitada, malhada de vermelho sobre fundo mais claro, comumente com as orelhas, pescoço, membros e vassoura mais escuros até o preto; apresenta outras cores como o vermelho retinto, o amarelo, o branco sujo com pintas pretas, etc. O couro é solto, macio, pigmentado, e não deve ser grosso nem fino, coberto de abundantes pelos curtos, finos e sedosos. A mucosa é preta. Áreas despigmentadas na pele constituem defeito, sobretudo em região exposta ao sol.

Cabeça forte, sem ser pesada, de perfil ultraconvexo, assemelhando-se a uma pêra, com fronte larga, redonda, muito proeminente. Os olhos são pretos, adormecidos, bem afastados, com pálpebras pretas, alongadas e enrugadas. As orelhas são em geral muito compridas, em forma de canudo na base, torcidas e pendentes, quase relaxadas, freqüentemente recortadas em dois lobos e terminadas em ponta virada para dentro, chamada bico de gavião; observa-se alguma variação no comprimento, largura, cor, forma e bico da orelha em exemplares tidos como puros. Os chifres são negros, curtos e grossos na base, implantados e dirigidos para trás e para baixo, depois levantando-se para os lados e para a frente; mais finos e compridos na vaca, que os tem voltados para dentro. O chanfro é longo e fino, notadamente na fêmea e o focinho regularmente grosso.

Pescoço curto e grosso no touro, fino na vaca. Barbela desenvolvida: sendo demasiado longa e pregueada, como é apreciada por muitos criadores, é condenável; seria de desejar barbela reduzida, com o mínimo de pregas.

Corpo quase cilíndrico, longo, compacto, aproximando-se mais do tipo de corte que o de qualquer outra raça zebuina. Giba colocada adiante do garrote, volumosa no touro e média na vaca. Linha dorsolombar reta, tão horizontal quanto possível até a anca. Dorso e lombo largos e musculosos, arredondando para os lados. Ancas largas. Garupa grande, comprida, musculosa, arredondada em calota, porém muito inclinada; essa inclinação não deve ser levada ao exagero, devendo-se preferir em igualdade de condições animais de garupa menos caída. Cauda fina e longa, de inserção relativamente alta, em contraste com a garupa. Peito comparativamente largo, com alguma projeção do esterno. Paletas pequenas, delicadas, bem cobertas. Costado amplo, regularmente musculado. Linha do ventre tão direita quanto possível, com bainha muito longa, mas que deve ser curta. Flanco reduzido e patinho baixo. Úbere volumoso, com tetas grandes. Coxas arredondadas, grandes, espessas, descidas.

Membros corretamente aprumados, antes curtos e com ossatura nitidamente fina. Cascos de cor negra, grandes e acachapados, porém prefere-se que sejam pequenos e duros.

Aptidões e outras qualidades

A finalidade geral da raça é a mesma das demais raças zebuinas.
Consideramos o Gir a raça zebuina mais bem conformada, levando como única desvantagem em relação às demais o menor peso. Acreditamos ser possível aumenta -lo.
Sua conformação para o corte é boa, e embora com alguma deficiência muscular nos quartos anteriores e garupa caída, é superior à das demais raças zebuinas.
Os novilhos provenientes de reprodutores desta raça dão melhores carcaças e, sobretudo, melhor rendimento, entre 62 e 67%, em conseqüência de sua ossatura fina e membros reduzidos.
Embora de desenvolvimento relativamente lento, o Gir é bom produtor de carne de boa qualidade. Em concursos de bois gordos, no Estado de São Paulo, já foram apresentados animais com peso acima de 400 Kg e com idade entre 2 e 2 1/2 anos.
O seu temperamento é mais tranqüilo que o das demais raças zebus, e as qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas, o que beneficia o desenvolvimento do bezerro.Tenta-se a seleção de uma variedade leiteira. Em alguns rebanhos a produção é regular em regime de meia estabulação. Para este fim seria vantajoso formar uma nova raça cruzando o Gir com uma raça leiteira bem adaptada, como, por exemplo, a Holandesa vermelha e branca. O bezerro é pequeno, mas muito resistente. As vezes encontra dificuldade em mamar devido à grossura exagerada das tetas. Um defeito que se incrimina no Gir, é o prepúcio muito baixo, que favorece as feridas dele e da verga, nos campos sujos, o que às vezes inutiliza o reprodutor. Para os campos limpos, contudo, a única restrição é feita ao seu tamanho.


Fonte: Catalogo Rural

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