domingo, 1 de novembro de 2009

GIR LEITEIRO


A raça Gir, uma das melhores variedades da Índia, distingue-se por seu porte médio, temperamento linfático e grande mansidão, sendo especialmente indicadas para as pequenas criações, conduzidas em sistema semi-intensivo. Como já tivemos oportunidade de manifestar, ela está fadada a se tornar uma raça mista, produtora de carne e com muito boa aptidão leiteira.
Há vinte anos atrás, em conferência realizada na Associação Rural do Vale Sapucai, Na cidade paulista de Franca, indicávamos a seleção leiteira como o melhor caminho para os criadores de gado Gir, face aos resultados que víamos em Umbuzeiro, na Paraíba, e na Fazenda Experimental de Criação de Uberaba. Poucos anos depois, surgiram outros centros de criação de Gir leiteiro, em São Pedro dos Ferros, em Calciolândia, em Uberaba, em Franca, em Mocóca e em várias outras localidades paulistas e mineiras.
O início do controle oficial da produção de leite, executado pela Associação Paulista de Criadores de Bovinos, em nosso Estado, e pela Fazenda Experimental de Uberaba, no território mineiro, constitui um grande passo na seleção do gado Gir leiteiro, uniformizando critérios de avaliação da produção, possibilitando o teste de produtores, estimulando criadores pela emulação e dando garantia de ascendência leiteira nas vendas de garrotes e novilhas, ponto de partida para a formação de novos plantéis.
Revistas e boletins técnicos têm divulgado os resultados de elevadas produções de rebanhos e de algumas reprodutoras recordistas. A campeã mundial de produção leiteira na raça Gir é a vaca Caldeira, de Mocóca, que em 290 dias produziu 70748 kg de leite, com média diária de26.7 quilos. Outra reprodutora famosa, a vaca Pratinha de São Pedro dos Ferros, deu em 365 dias um total de 5.749 quilos de leite, em regime de duas ordenhas diárias.

O plantel de Umbuzeiro:

Trabalho pioneiro no tocante ao Zebu leiteiro, indubitavelmente, o do estabelecimento do Ministério da Agricultura, situado no Estado da Paraíba, denominado atualmente Fazenda Regional de Criação João Pessoa, que teve início em 1938 , com a formação de um plantel constituído de animais adquiridos nos Estados de São Paulo e Minas Gerais.

Estação Experimental de Ribeirão Preto:

A instalação de uma Estação Experimental situada em região de clima tropical constituía uma antiga aspiração dos técnicos do então Departamento da Produção animal de São Paulo, realizada com o aproveitamento de um recinto de exposições, ao qual foi anexada uma área de 240 hectares. O rebanho de fundação foi formado com um lote de 50 reprodutoras Gir, inscritas no Serviço de Registro Genealógico e de comprovada aptidão ou origem leiteira, escolhidas em rebanhos de conceituados criadores e do próprio DPA. Para chefia do rebanho obtivemos do Ministério da Agricultura o reprodutor Xopotó, filho do raçador Hazan e Flórida, uma das melhores vacas da Fazenda Experimental de Uberaba. A organização da Fazenda e a elaboração do programa de trabalho couberam ao Autor, que na época chefiava a Seção de Genética Animal e Reprodução. Como integrante da rede de fazendas experimentais do IZ, a Estação de Ribeirão Preto Desenvolve amplo programa de trabalho em que podem ser destacados: - Identificação de linhagens da raça Gir. Fornecimento de touros provados, para outros rebanhos puros e para cruzamentos; Realização de testes de progênie, para os reprodutores e produtos do estabelecimento. Verificação do comportamento da vaca Zebu na produção leiteira, em diferentes condições de manejo. O emprego da ordenha mecânica nas raças zebuínas. Utilização e testes de rações em que entram subprodutos da indústria regional; os resultados dos trabalhos zootécnicos têm sido excelentes; o plantel vem respondendo plenamente aos estímulos da seleção, demonstrando a potencialidade do gado de cupim na reprodução de leite. Como resultado, multiplicaram-se os centros de exploração de gado Gir leiteiro em todos os quadrantes do Estado de São Paulo.

Fonte : Catalogo Rural

Nenhum comentário:

Postar um comentário